Durante alguns anos do meu ensino fundamental sofri muito bullying, mas sempre recebi o apoio dos professores, nutrindo relações permeadas pela afetividade. Os
garotos da minha turma me chamavam de baleia assassina, gorda, Gordalisa (em
vez de Monalisa), saco de batata, etc., e muitas vezes não queriam fazer nenhuma atividade comigo. No entanto, apesar da pressão psicológica, conseguia superar tais ações contra mim. Por trás dessa superação existiam
atitudes positivas e estímulos de alguns professores e familiares, os quais me
faziam enxergar que eu não era uma criança diferente ou menos inteligente do
que as outras. Nesse contexto, eu sempre mantive relações de afetividade bastante intensas com meus professores, em especial, com a tia Nireide, um exemplo de educadora e companheira, que me ajudou nessa luta contra o bullying e marcou minha memória com boas práticas.
Desta
forma, levando em consideração a teoria Humanista, consigo enxergar a
importância da relação do professor com o aluno, uma relação pessoa x pessoa,
na qual o professor tenta se colocar no lugar do aluno. Meus professores agiram
corretamente ao criarem essa relação afetiva comigo. No entanto, esse princípio
não deve ser o único adotado no processo de ensino e aprendizagem. Os alunos
não devem fazer apenas o que querem e os professores não devem apenas
aceita-los como são, deve ocorrer um estímulo e oportunidades para torna-los
pessoas melhores, independentes e autônomas. Acredito que essas relações, tanto
com o oprimido quanto com o opressor, ajudam na busca por um caminho do bem, na
busca por um ser humano melhor do que já somos.
Após a ressignificação dessa memória, e olhando de
forma dialética para o problema, percebi que o bullying sofrido na escola
ajudou a fortalecer a relação professor X aluno na minha vida escolar. As
relações afetivas com os professores proporcionaram uma adaptação positiva
diante do problema e intensificaram o meu desejo em participar ativamente das
atividades em sala de aula.
Alguns colegas e minha professora preferida (tia Nireide) em alguma apresentação da escola.
Fotos da época em que eu sofri bastante bullying por ser gordinha (e porque minha mãe cortava meu cabelo igual ao de Chitãozinho e Chororó).
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