quarta-feira, 1 de junho de 2016

A presença das teorias interacionistas na minha formação...

       
Lev Vigotsky, Jean Piaget e Henri Wallon, três grandes cientistas da Educação.

          A ilustração acima representa os diferentes olhares para a sala de aula segundo os teóricos da Psicogenética. Diferente dos educadores que se baseiam, exclusivamente, no conhecimento inato ou no conhecimento adquirido, os três teóricos acima utilizavam a interação desses conhecimentos para pesquisar o desenvolvimento cognitivo e o aprendizado das crianças. Eles acreditam que tudo que nos rodeia, tanto o natural quanto o social, associado às nossas experiências e interações, e com a ajuda do professor mediador, proporcionam a aprendizagem e o desenvolvimento. 

       Para Piaget, o conflito cognitivo, ou seja, a reconfiguração dos pensamento, torna-se fundamental. Ele acredita que o professor deve gerar a guerra dos pensamentos, pois a partir do erro a criança pode avançar, porém, faz-se necessário o fornecimento do elemento novo. Assim, ao atingir a equilibração o sujeito consegue viver em equilíbrio cognitivo com o mundo ao redor. No entanto, para que isso aconteça, o professor deve ouvir o aluno em sala de aula, permitindo interrupções durante as explicações do conteúdo e compreendendo que os alunos também detêm conhecimento para ser compartilhado. Isto é, a existência do diálogo é fundamental para a aprendizagem! Como os professores podem atingir esse objetivo? Através do Construtivismo os educadores podem alcançar as interações desejadas para uma boa aprendizagem. Como, por exemplo, planejando aulas de campo, experiências dentro e fora da sala de aula, passeios, dentre outros. No Auxiliadora, essas atividades foram bastante presentes durante o ensino infantil e no começo do fundamental. Tenho lembranças da experiência com o pezinho de feijão e das idas ao sítio para realizarmos atividades lúdicas sobre o meio ambiente. Porém, interações mais próximas entre professor e aluno, pautadas na motivação para aprender, não eram frequentes no ensino fundamental.

Atividades presentes durante o meu ensino infantil: aula prática na natureza e experiência com feijão.

                   


          O texto de Bogdan e Biklen (1994), utilizado na disciplina de Seminários de Pesquisa I, ressalta a importância da investigação no dia-a-dia dos profissionais de educação, os autores acreditam que estes podem ser mais eficazes se utilizarem a investigação qualitativa no trabalho escolar. Através de uma abordagem qualitativa, os alunos participam ativamente da construção do mundo real e da sua realidade, podendo promover modificações no seu comportamento e no dos outros. As considerações acima vão ao encontro das premissas construtivistas propostas por Piaget, as quais evidenciam as vivências para se atingir o sucesso no processo de aprendizagem. 
       Levando em consideração os pensamentos de Lev Vygotsky, o ser humano não nasce humano, ele se torna humano através dos elementos da cultura no qual está inserido. Como visto nas aulas de Antropologia, o homem, através de ações modificadoras no meio em que vive, cria, racionalmente, todos os instrumentos necessários (gestos, símbolos, etc.) para estabelecer as relações sociais. Para Vygotsky, através desses instrumentos, agindo internamente e externamente, a aprendizagem se processa nessa interação do homem com o mundo. Nesse contexto, ele afirma que aprendemos primeiro com o outro para podermos fazer sozinhos o que aprendemos, esse pensamento deu origem ao conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). A ZDP está entre o que a criança já aprendeu, sozinha ou com a colaboração de outros, e aquilo que ainda não aprendeu, mas está próximo de ser aprendido; é a zona na qual o professor deve agir para proporcionar a aprendizagem do aluno. Na escola, as ideias de Vygotsky só poderão ser alcançadas através do diálogo e troca de experiências entre professores e alunos.  Lembro que essas interações foram mais frequentes no ensino infantil, no fundamental os professores adotavam uma postura muito tradicional e baseada na teoria Comportamentalista. Essa postura focada no ensino bancário acabou moldando o comportamento dos alunos que agiam de forma recatada e passiva em sala de aula.

       Pensando nas premissas da teoria de Henri Wallon, as quais consideram, além do cérebro, o corpo e a emoção da criança (a criança completa), me recordo de algumas lembranças positivas da escola. Na minha trajetória escolar, especificamente na educação infantil, era comum as atividades interativas que exploravam o movimento (físico e intelectual) dos alunos. Sempre tinha diversas atividades grupais e interativas explorando ambientes diferentes da escola, como: aula de música e de dança, brincadeiras em grupo, peças de teatro, etc. Acredito que essa postura proporcionou o desenvolvimento satisfatório para muitas crianças da minha época escolar, espero que atualmente ainda sejam adotadas na escola.

       Por fim, considerando todas as teorias da educação aprendidas até agora, percebo que a ideia de escola que existia em minha cabeça era um pouco diferente. Pensando como uma futura pedagoga, observo o mundo que existe por trás das teorias e do cotidiano escolar, e acredito que precisamos aprender a lidar com a diversidade de alunos, com pensamentos e interpretações de mundo diferentes. O processo de escolarização de uma criança deve englobar o respeito e a convivência com as diversas formas de pensar, precisamos transmitir um conjunto de valores sociais essenciais e inerente à realidade dos diversos grupos sociais. Aqui, deixo o conselho para refletirmos sobre nossa postura como futuros educadores e nossas práticas educativas no processo de formação de estudantes.

Será que essa seria a única forma?!?






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