Na
instituição em que estudei durante toda minha vida escolar aconteciam diversas
práticas excludentes, mas na época eu não as enxergava desta forma. Por se
tratar de uma escola religiosa, as regras e princípios adotados eram bem
rígidos. Durante o ensino fundamental lembro que as turmas eram formadas com
base nos rendimentos dos alunos e nas características comportamentais. Tenho
lembranças da turma D, onde estavam os meninos e meninas mais “danados” que
sempre aprontavam na escola, seja por ter brigado com outros alunos, namorar
escondido, faltar a hora da missa semanal ou xingar as freiras no corredor. A
criação de estereótipos pelos professores era bem comum, existiam vários
“alunos problema” ou “alunos desinteressado”, esses nunca conseguiam concluir o
ano pois eram expulsos da escola.
Hoje,
após aquisição dos conhecimentos de algumas teorias da psicologia da educação,
percebo como os professores da minha escola se ausentavam da responsabilidade
no processo de escolarização e humanização desses alunos. Lembro claramente da
forma como os melhores alunos eram tratados, como as professoras elogiavam
alguns alunos na frente dos pais. No entanto, sabemos que as diferenças existentes entre as
pessoas devem ser levadas em consideração. A abordagem Inatista aborda a genética como explicação das pessoas serem diferentes, afirmando que as características humanas são inatas e cada um tende a aprender de forma diferenciada. A carga de conhecimento não irá interferir na inteligência da pessoa, apenas o potencial trazido nos genes. Desta forma, o meio externo (escola, família, professores, etc.) pode ajudar ou não na aprendizagem dessa criança.
Por outro lado, levando em consideração as teorias psicogenéticas, aprendemos que tanto a carga genética quanto as experiências que vivenciamos podem interagir para moldar nosso processo de aprendizagem e amadurecimento. Uma vez que o sujeito se constitui a partir do que ele tem e o que está fora dele, sempre com a mediação do educador ou outra referência formativa.
Minha experiência na turma D, a melhor turma da escola.
Todos são diferentes!!
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