quarta-feira, 1 de junho de 2016

Turma D, de danados..

Na instituição em que estudei durante toda minha vida escolar aconteciam diversas práticas excludentes, mas na época eu não as enxergava desta forma. Por se tratar de uma escola religiosa, as regras e princípios adotados eram bem rígidos. Durante o ensino fundamental lembro que as turmas eram formadas com base nos rendimentos dos alunos e nas características comportamentais. Tenho lembranças da turma D, onde estavam os meninos e meninas mais “danados” que sempre aprontavam na escola, seja por ter brigado com outros alunos, namorar escondido, faltar a hora da missa semanal ou xingar as freiras no corredor. A criação de estereótipos pelos professores era bem comum, existiam vários “alunos problema” ou “alunos desinteressado”, esses nunca conseguiam concluir o ano pois eram expulsos da escola.

Hoje, após aquisição dos conhecimentos de algumas teorias da psicologia da educação, percebo como os professores da minha escola se ausentavam da responsabilidade no processo de escolarização e humanização desses alunos. Lembro claramente da forma como os melhores alunos eram tratados, como as professoras elogiavam alguns alunos na frente dos pais. No entanto, sabemos que as diferenças existentes entre as pessoas devem ser levadas em consideração. A abordagem Inatista aborda a genética como explicação das pessoas serem diferentes, afirmando que as características humanas são inatas e cada um tende a aprender de forma diferenciada. A carga de conhecimento não irá interferir na inteligência da pessoa, apenas o potencial trazido nos genes. Desta forma, o meio externo (escola, família, professores, etc.) pode ajudar ou não na aprendizagem dessa criança.
Por outro lado, levando em consideração as teorias psicogenéticas, aprendemos que tanto a carga genética quanto as experiências que vivenciamos podem interagir para moldar nosso processo de aprendizagem e amadurecimento. Uma vez que o sujeito se constitui a partir do que ele tem e o que está fora dele, sempre com a mediação do educador  ou outra referência formativa. 

Minha experiência na turma D, a melhor turma da escola.


Todos são diferentes!!


Nenhum comentário:

Postar um comentário